de quando em vez, pergunto-me: "o que diabo ando eu aqui a fazer?". naqueles dias em que ponho em dúvida as minhas capacidades. em que me sinto como o david a lutar contra goliath. em que tudo me parece inatingível e inultrapassável. e penso: "deveria desistir de tudo. fazer as minhas malas e aceitar o meu destino. ser uma pessoa qualquer, numa empresa qualquer, a fazer qualquer coisa.". (in)felizmente herdei a ambição incomensurável e a força de vontade do meu pai. e tenho aqueles dias bons, que me recordam que estou aqui não por cunhas e favores mas por mérito próprio.
hoje foi um desses dias. se cá estivesse o m. c. (o pós-doc do grupo), teria-lhe simplesmente delegado a resolução do meu problema. por receio de falhar. hoje fui obrigada a olhar para o problema. olhos nos olhos. e descobri que afinal era capaz. que afinal mereço o meu lugar cá. não domino tudo, não sei tudo mas tenho a tão portuguesa e útil "capacidade de desenrasque", e perseverança q.b. e fazendo as coisas ao meu ritmo, consigo. resolver os meus problemas e os dos outros. (re)descobri isso hoje. a minha capacidade de multitasking.
2 comments:
Sem dúvida que FELIZMENTE é o termo a usar pelo facto de teres herdado essa força interior que te dá a convicção e a energia necessárias para enfrentares determinadas situações e seguires adiante! E o mérito… esse é só teu! Bom, pode ser que o teu pai se candidate a reitor de alguma universidade e… Brincadeirinha né? :P E minha amiga, desde quando duvidaste da tua faceta “multitasking”??? Ok, para além de portuguesa, és engenheira e investigadora :P É que não temos remédio! Olha, aqui na universidade em que estou não há pompetes para pipetar, por isso vai de mangueirinha e seringa; não há suportes para tubos suficientes, por isso arranja-se caixinha de esferovite e monta-se um suporte; não há gás canalizado para trabalhar na camara de fluxo laminar porque não pagaram a conta, por isso vai-se a Home Depot e compra-se botija pequena de gás; não há reagentes, por isso diz-se "porra prá merda que não posso avançar" (!) e saca-se dinheiro do bolso para comprá-los. Enfim…e mais não digo porque não quero que “pareça” que aqui prevalece a Lei do Desenrasque :P Beijos grandes***
Olá Li,
E haverá maior satisfação do que essa, a de nos superarmos a nós próprios e provarmos a todos — especialmente a nós, claro — que somos capazes. Especialmente quando essas vitórias são fruto do nosso trabalho, sem boleias de ninguém, não precisamos de aplausos, porque sabemos o que conseguimos. Fico contente. Parabéns!
Beijo,
Alexandre Correia
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