Mar 3, 2009

quem quer...

a minha carteira?



a quarta-feira passada fui a sortuda contemplada de mais uma tentativa de roubo. sim... outra vez!

introdução. o departamento é constituído por 3 andares. o meu grupo de trabalho (prof. thomas ward) ocupa o primeiro andar. como o grupo veio transferido há alguns meses da universidade de neuchâtel, temos ainda dois laboratórios em remodelação - o que faz com que haja um vai-e-vem constante de pessoas estranhas ao departamento - e é difícil to keep track. os "biólogos" têm dois laboratórios (já remodelados) que fazem quase frente um ao outro (i.e. é atravessar o corredor na diagonal - o que leva cerca de 3 segundos). o primeiro lab (lab 108) é preparatório (de amostras) e serve também de escritório, e o segundo lab (lab 105) é analítico/de instrumentação.

desenvolvimento
. a a. estava no lab 105 a carregar amostras num gel sds-page, e eu estava no lab 108 a comprar o meu bilhete de comboio para ir passar o fim-de-semana a morcote/milão. minutos mais tarde, e com o bilhete adquirido (e a carteira deixada em cima da minha secretária), dirigi-me ao lab 105 para recolher amostras das minhas culturas bacterianas. o que demora em média cerca de 5 a 10 minutos. a a., pouco depois, voltou para o lab 108. e qual não foi o espanto dela, quando através do vidro da porta, vê um homem debruçado sobre a minha secretária.
entra, com naturalidade, e pergunta ao "senhor" se ele está à procura de alguém em especial, ao que ele responde que sim - do alex, o que levanta as suspeitas dela, pois a porta tem placas de identificação (e somos 3 raparigas a dividir o espaço). mas ela estranha ainda mais o comportamento dele, pois à medida que ela se aproxima, o nervosismo dele aumenta, tentando ocultar desajeitadamente algo atrás das costas. ela agarra-lhe o braço (sem agressividade) e pergunta-lhe o que ele está a tentar esconder. (convém aqui relembrar que a a. é da sicília, terra-mãe dos mafiosi). o fulano entra em pânico, empurra a a. deixando cair o que tinha nas mãos e sai do edifício a correr (a s. que estava lá fora a fumar um cigarro, até estranhou alguém sair daquela forma do prédio).
eu regressava calmamente ao lab 108 quando ouço a a. chamar por mim, com a minha carteira na mão, e no gabinete do prof. w. entrei, confusa. demorei alguns minutos a perceber a estória toda que se desenrolou naquele curto espaço de tempo que demorei a analisar as minhas amostras.

conclusão. o andar estava completo, i.e. todos os membros do grupo estavam nos respectivos laboratórios, os operários estavam a deambular nos corredores/salas, e ninguém ouviu o grito da a. nem estranhou ver um fulano resvalar as escadas. é claro que depois toda a testosterona veio ao de cima (o grupo é maioritariamente masculino) e todos teriam sido heróis... mas a verdadeira heroína foi mesmo a minha amiga siciliana.
eu é que nunca mais aprendo a lição. a minha carteira atrai os ladrões e sabe-se lá porquê. para além dos meus documentos (carta de condução, b.i., permis b...), cartões de débito/crédito, o "mister mãos-leves" teria escapado com a bela quantia de €1,30 (guardo os francos suíços no meu porta-moedas - é mais pequeno e prático). teria tido mais sorte se tivesse agarrado o meu ipod que também se encontrava sobre a mesa...

1 comment:

S' said...

". and I've seen it before
.. and I'll see it again
.. yes I've seen it before
.. just little bits of history repeating"

:)