Jan 6, 2009

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dia 03 de janeiro
regresso à suíça. mal habituada às temperaturas amenas portuguesas, cheguei a milão mal agasalhada (apesar das advertências da minha mana). choque térmico de 25°C. (em portugal: temperaturas positivas de 15°C; na itália e suíça: temperaturas negativas de 10°C).
je me suis gelée la cocotte, et je me la gèle encore, d'ailleurs...

"fare shopping" com a mana ao foxtown (outlet de marcas conceituadas, i.e. gucci, valentino, dior...) para fugir ao frio e aproveitar os saldos - os preços ainda estão um pouco fora do meu alcance (mesmo com 50 a 70% de desconto) mas ainda consegui encontrar algumas "bonnes affaires".

jantar em família para festejar o ano novo. fim da noite a ver "brokeback mountain" para eles, e a roncar no ombro da minha mana, para mim.

dia 04 de janeiro
regresso a basel no comboio das 11h45, com hora de chegada prevista para as 15h45. seria um belo "finale" dizer que tudo correu bem, que cheguei bem a casa, etc. etc.
mas deixaria de ser o meu blogue. porque acontece-me sempre algo.

adormeci. o baloiçar do comboio dá-me sono. as poucas horas dormidas nos dias anteriores também não ajudaram. pousei a cabeça na minha mochila, e adormeci. não sei quanto tempo passou. só sei que acordei com a sensação da minha bolsa (que estava contra mim) escorregar. abri lentamente os olhos e vejo o senhor (que estava anteriormente sentado no banco atrás e no corredor oposto ao meu) com a mão na minha bolsa a tentar puxar a minha carteira para fora. nem tive tempo de reagir. aliás o tempo que demorei a perceber o que estava a acontecer, o fulano voltou a sentar-se no seu lugar como se de nada fosse. olhei para ele, incrédula. verifiquei se as minhas malas ainda estavam onde as tinha deixado (à entrada da carruagem) e o conteúdo do meu saco. não faltava nada. olho ao meu redor e apercebo-me que éramos as únicas duas pessoas na carruagem. começo a tremer como uma vara verde e agarro-me ao telemóvel. tento a minha mana p. (que já vive na suíça há uma dezena de anos e deveria saber o que fazer) sem sucesso. ligo à minha mamã, na busca de conforto. à beira do choro, pergunto-lhe o que devo fazer. as malas são demasiado pesadas para eu conseguir sozinha mudar de carruagem. a minha mãe faz-me companhia até chegar o revisor, a quem explico o sucedido. adorei a reacção dele: "vous voulez que je lui foute ma main dans la gueule?). é claro que recusei a proposta dele de espetar um murro na cara do fulano (teria sido bem-feito, mas sou contra a violência), e também a proposta de chamar a polícia ferroviária (arrependo-me hoje, porque não me roubou nada mas deixei-o solto para futuras tentativas...). pedi-lhe somente ajuda para mudar de carruagem.
e não voltei a adormecer. olhos abertos. bem abertos, até chegar a casa.

sou sempre vítima de roubos ou tentativas de roubo - primeiro na irlanda e agora cá. devo ter cara de quem anda a nadar em dinheiro...

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