Aug 5, 2009

yep

...it had to happen to me!

ontem fui à maravilhosa invicta com a minha mana p.
a agenda era simples:
- de manhã: ida ao corte inglés de gaia (à lúcia piloto cabeleireiros) e ao centro do porto (porto editora/hospital santo antónio) e
- de tarde: ida ao dentista (perto da rua da constituição), à fnac do norteshopping e à feira medieval de santa maria da feira com a mana c.

nada de transcendental. simplesmente teria de conduzir até ao porto e no porto, pois a minha mana não se sente à vontade para conduzir na cidade. como estou "proibida" de pôr as minhas mãos no volante da máquina dela**, levamos o bólide da minha mãe (sim, o carro que não consegue ultrapassar os 120km/h excepto numa bela descida).

o plano da manhã foi logo pelo cano abaixo quando a p. e eu nos apercebemos que tínhamos adormecido e estar no corte inglés às 10h00 já estava fora de questão. a somar, sair de casa dos meus pais a horas, é missão impossível. há sempre mais aquele recado, mais aquela advertência, mais um problema de uma lâmpada de stop que não funciona, mais aquela coisinha... tudo é motivo para nos reter mais uns minutos em casa. chegamos a gaia às 11h10 instead of the initial 10h00.

se estilizar o meu cabelo revelou-se tarefa fácil, tratar da crina da mana p. é outro assunto. demorou 3h. sim, 3h! para pintar, cortar e secar o cabelo dela. esperei e exasperei. olhos postos no meu relógio, re-estabeleci a ordem de prioridades dos assuntos a tratar. porto editora, hospital (onde só pretendia uma informação) e fnac ficariam para a parte da tarde (i.e. depois do almoço e depois da minha consulta no dentista). rápida chamada ao gabinete do meu médico dentista para avisar do meu atraso, rápido almoço e (na medida do possível) rápida viagem até a rua da constituição.

a minha consulta demorou mais do que o previsto e já eram quase 16h00 quando nos dirigimos à rua da restauração (no lado oposto do porto). outro atraso, entre escolher manuais e pesquisar as novidades literárias. adquiri uma gramática e um manual (iniciação) de alemão a ver se finalmente mergulho nos meandros linguísticos germânicos.

corrida até ao santo antónio, corrida pelos corredores do santo antónio, corrida até ao serviço de ortopedia do santo antónio. espera de 20mins para pedir uma informação - 2 mins de conversa e pedidos de esclarecimento à assistente. corrida de regresso ao parque de estacionamento do palácio de cristal. entrada no trânsito caótico da invicta em plena hora de ponta (18h00), chamada à mana c. para avisar do atraso. entrada na a29 direcção santa maria da feira. trânsito ainda mais caótico. chamada da mana c. para avisar de uma fila de trãnsito de 4kms na saída de santa maria da feira na a29. entrada na a1, e 5 mins depois encontro no parque de estacionamento do feira nova da feira, onde deixei o carro da minha querida mãezinha estacionado.

mudança de carro, formalidades (f. as minhas manas p. e e. - p. e e. o meu colega de trabalho, o f.) e lá fomos por caminhos travessos e atalhos para o centro da cidade - não sem antes a minha mana p. me ter dito: "tens as chaves do carro? não as percas!".

o serão foi muito agradável - primo di tutto pela companhia, mas também pelo ambiente, pela atmosfera, pelo clima ameno, pela beleza da cidade (que não conhecia). uma noite fantástica. sandes de porco, regadas a sangria. fogaças quentes, regadas a sangria. hmmm. excelente - fiz uma pausa na minha dieta, mas bem merecida.
às 22h00, fomos ao recinto assistir às "justas". incentivamos o nosso cavaleiro com gritos e assobios e insultamos o adversário. pedimos sangue e vitória. infelizmente, el caballero rojo (por quem estávamos a torcer) perdeu o torneio. vencidos, mas sempre bem-dispostos, regressamos lentamente ao carro empurrados pela maré de pessoas. era quase meia-noite.
aquando a chegada ao parque de estacionamento do feira nova para levantar o carro, começo a procura frenética das chaves. nada. niente. null. rien. esvazio o meu saco. reviro tudo. carteira, chaves de casa, telemóvel, escova de dentes, aparelho de contenção, bolsa de primeiros socorros, porta-moedas. chaves de carro? nop. missing in combat. "tens as chaves do carro? não as percas!" pois, p. obrigada pelo conselho ou melhor, obrigada pela praga. e sim, p. perdi-as!

regressamos ao porto ao carro da minha mana c. e a casa. pelo caminho, procurei uma bela desculpa para explicar à minha mãe o porquê do carro dela não estar em casa. um momento de clareza. uma epifania. pegar nas chaves suplentes e regressar a santa maria da feira. trazer o carro e contar a estória, mas com o carro são e salvo em casa.
por esta hora, já deveria saber que depois da meia-noite e de duas canecas de sangria, as minhas "ideias" estão longe de ser de génio e/ou geniais. chegamos a casa à 1h00, pegamos no carro da minha mana p. (e a c. regressou a casa), vasculhei o escritório do meu pai à procura das malditas chaves e fizemos novamente os 84kms para a feira. novamente o meu cérebro sofreu uma paragem de actividade grave. muito grave. o meu pai tem 5 carros, uma moto e um tractor, a somar é o guardião das chaves do meu carro. ora, no escritório, encontrei somente 3 chaves - que "eventualmente" poderiam pertencer a algo com motor: as chaves do meu carro (que, tenho a certeza, é motorizado), as chaves do tractor (devidamente identificadas) e umas chaves de origem desconhecida. semelhante às chaves de um carro, mas não identificado (tipo cópia de chave de um veículo mas feita num chaveiro). estranhamente (ou obviamente?), nem me ocorreu: "onde estariam as outras chaves?" porque out of 8, encontrar 2 e 1/2 levanta suspeitas. mas não, feliz da vida e certa que resolveria o hic com a maior das facilidades, metemo-nos a caminho. a p. ainda perguntou "tens a certeza que são estas?" ao que respondi "eram as únicas que estavam lá" - o que justifica perfeitamente os 168kms que iríamos fazer.

às 2h00, frente ao carro e chaves da mão, realizei que deveria fazer parte de um desses filmes de q.i. muito baixo (género "onde pára a polícia 3 1/2"). é claro que a chave não era a correcta. e é claro que não me iria safar desta situação tão facilmente.
regressamos à feira medieval, voltamos a percorrer todos os caminhos, obrigamos os securitas a palmear o recinto das "justas", informei o serviço de "perdidos e achados", a polícia municipal e a gnr. e regressamos a casa. sem carro. às 4h00. a minha mãe estava acordada preocupadíssima, já com mil e uma versões do que poderia ter acontecido (afinal faltavam 2 carros em casa). após ter contado por traços gerais o que me tinha acontecido e saber pela boca da minha mãe que o meu pai tem um esconderijo especial para as quinhentas mil chaves dos seus brinquedos, fui dormir. umas meras 3 horas. levantei-me às 7h00 para ir de boleia com a minha mana c. e o f. até sta maria da feira e recuperar o carro. ainda tive de ouvir o meu pai dizer "perder chaves, toda a gente as perde. mas percorrer desnecessariamente 200kms de noite, já é pura estupidez".

lesson learned. e juro que, um dia, vou deixar de acreditar no pai natal.

**nota - a minha mana percorreu os 1850kms que separam basel de vila cova sem nunca me dar o carro dela para as mãos. perto da cidade de chaves, ela teve um momento de fatiga. (in)felizmente, tive a brilhante ideia de pôr o cd dos abba, o que rapidamente a despertou. e assim fechei a minha janela de oportunidade para conduzir um desportivo. mais um momento de "pura estupidez".

7 comments:

SmartinS said...

Como comentei no blog da tua mana c. "Vocês (as três manas) podem queixar-se de muita coisa, menos de que têm uma vida monotóna! :) Mas o que interessa é que passaram uma noite divertida na Feira Medieval! E como o meu pai costuma dizer "era pior se tivesses partido uma perna" :)tudo se solucionou!" :D É só aventura Li! :P Beijos gigantes***

cocas said...

E depois destas sangrias, consegues explicar pq k o J não aparece na tabela periódica?
O f. e a c. agradecem :-)

jose5mmf said...

O pai natal é uma pessoa incrivel, nunca deixes de acreditar.

eu já tenho uma teoria sobre a letra "J" não aparecer na tabela periódica, mas preciso de confirmação.

e sobre a chave, bem, longa história, mas o importante foi o desfecho.
obrigado pela ofrenda, não era de todo necessário.

já agora...

o nosso FP escreveu:
"Sê todo em cada coisa, põem quanto és no minímo que fazes".

o pai natal existe.......

do f.

li said...

f.,
antes de mais, obrigada por teres ido à feira e ter reencontrado as chaves. realmente sou uma cabeça no ar - ou então a pouca sangria ingerida destruiu mais neurónios do que o previsto.

p.s. qual é então a tua explicação para o "j" não aparecer na tabela?

c.,
a resposta está no formato de post. mas é uma pergunta difícil :) de regresso a basel, tiro as dúvidas com os químicos.

s.,
estou de férias. é suposto eu descansar. estar num deserto de emoções, de preocupações.
agora? recuso-me sair de casa. onde quer que eu esteja ou vá, há-de sempre me acontecer algo. mamma mia, aquando um pouco de paz?

li said...

f.,
depois de ter "reencontrado" as chaves, voltei a ter fé - o pai natal afinal sempre existe :)

jose5mmf said...

de nada. Foi com muita alegria que a encontrei. Depois de uma noite a rever todos os nossos movimentos, muito bom.
e "cabeça no ar", hum... não me parece! mas isso fica para depois.

a minha teoria era mais "Mistica ou filosófica", mas compra a que tu me deste.

Muito Obrigado

jose5mmf said...

é "O pai Natal" ou qualquer outro nome que lhe queiramos dar, serve.

eu gosto do nome "energia", mas pai natal não é mal de todo.