quimicamente falando, click chemistry é uma filosofia desenvolvida por sharpless (prémio nobel de química, 2001) e descreve a química como ferramenta para gerar substâncias quickly and reliably unindo pequenas unidades até a formação de outras de maiores dimensões (e.g. a junção de cadeias de α-aminoácidos para formar péptidos e a consequente junção de péptidos para formar proteínas).
socialmente falando, click chemistry é a química atracção/repulsão que sentimos por determinada(s) pessoa(s). quando conhecemos pela primeira vez uma pessoa, automaticamente tiramos-lhe uma radiografia - física e psicológica. e dependendo do resultado dessa "radiografia", sentimos ou não afinidade/empatia por ela.
presentemente, o meu grupo de trabalho é constituído por 15 pessoas. dessas 15 pessoas, mantenho uma estreita amizade com 2, uma relação de quasi-amizade (ultrapassou a barreira do strictly professional relationship) com outras 6, uma relação cordially friendly com 5 e uma relação "sai-da-minha-frente-tu-me-tapes-sur-les-nerfs" com o meu colega italiano.
quando estava na irlanda, havia, no instituto, uma sueca sempre sorridente, sempre eufórica, sempre muito bem-disposta. e a personalidade dela chateava-me. não a conheci como pessoa, i.e. não sabia quase nada da vida privada dela, muito porque a atitude dela repulsava-me. afastei-me porque toda aquela boa-disposição e euforia enjoavam-me.
o mesmo acontece com o meu colega italiano. é uma pessoa sempre de sorriso colado aos lábios, que fica especado a olhar para uma pessoa, que impõe a sua presença, que dá a sua opinião quando não lhe foi solicitada...
há algo nele que me deixa indisposta, que me deixa irritada. e não acontece somente comigo. outros membros do grupo se queixaram do mesmo.
não sou a pessoa mais sorridente e mais bem-disposta do mundo. sou sisuda q.b. tenho os meus altos e baixos. sou normal. sou humana. as pessoas que me rodeiam são como eu. temos dias bons e dias maus. baloiçamos entre ser sobre-humanos e simplesmente... humanos. e para mim é isso que conta. mostrar que cada dia é um dia. e quando uma pessoa não consegue deixar cair o véu, quando se esconde atrás de boa-disposição então só demonstra ser falsa. e desculpem-me por não querer hipocrisia à minha volta.
3 comments:
Olá Li,
Não precisava de grandes explicações, porque quemn segue o seu blog já tinha percebido que o seu novo colega italiano está longe de ser seu amigo. Mas não exagere no julgamento: o facto de alguém ser sepre sorridente não é sinónimo de hipocrisia. Não conheço este italiano, em concreto, mas talvez o que ele tenha a mais de sorrisos e boa disposição você e os seus amigos aí tenham a menos... E humanos somos todos. Há os bons, os maus e os mais ou menos. Em que lugar quer ficar? Fala dessa boa disposição como uma máscara. Quase toda a gente tem a sua. Até você, que se assume sisuda quanto baste. Claro que não temos todos de ser amigos uns dos outros. Mas acima de tudo não devemos julgar os outros, muito menos condená-los. Chapiche?
Beijo,
Alexandre Correia
PS - Mas dou-lhe razão numa coisa que refere no acórdão deste julgamento: normalmente não temos uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão. Se eu não a tivesse compreendido a primeira vez que vim aqui, não teria vindo segunda... Apesar de apelar à incompreensão...
olá a.,
as duas pessoas com quem melhor me relaciono no grupo são extremamente bem-dispostas. aliás muitas vezes é a alegria delas que me anima. dizem que os olhos são o espelho da alma. e a verdade é que quando alguém sorri, para além da expressão facial, é nos olhos que se consegue saber se o sorriso é verdadeiro ou não.
no caso no meu colega, é isso que me incomoda. tem uma certa agressividade no sorriso, na boa-disposição. não vejo, não sinto autenticidade nos gestos dele. sim, possivelmente é uma "máscara".
não digo que devemos ser uma janela aberta de sentimentos para todos os que nos rodeiam, mas devemos ser verdadeiros.
e a minha crítica não é "julgamento" nem "condenação" é a minha opinião. opinião essa que se foi formando ao longo dos 5 meses de convivência. nem acredito muito em "primeiras impressões" baseadas num só encontro. as primeiras impressões são a soma de várias pequenas "impressões" resultantes dos primeiros encontros. temos sempre uma "segunda oportunidade". que o diga a j. que me detestou no primeiro encontro e 12 anos depois continuamos a ser melhores amigas :)
beijinho,
l.
p.s. o nome do meu blog é um jogo de palavras: "incompreensão" e "em compreensão". não faço apelo à incompreensão de ninguém. basta eu não me compreender :)
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