...& multicultural.
existe um certo encanto em trabalhar num ambiente multicultural e pluridisciplinar. é a perfeita simbiose - estudar diferentes disciplinas/áreas de estudo (perdoem-me a redundância) e conhecer diferentes culturas e países.
um pequeno paragráfo que escolhi para introduzir os meus agradecimentos na minha tese de mestrado exprime -de certa forma- a ideia:
« whenever one attempt to engage in cooperative activity with others, a number of factors influence the quality of the interaction, and strongly affect the result. in my view, the quality of a work-related interaction in the university milieu is largely determined by three factors: emotional, intellectual, and cultural compatibility between parties. thus, anyone contemplating cooperative activity must not only ensure that the person with whom they plan to work together is a good match in the appropriate intellectual/ technical sphere, they should also ascertain that s/he is of a compatible emotional and cultural type. this is especially so for anyone contemplating graduates studies [...]. no matter what, a person's basic beliefs, attitudes, instinctual drives, inherent capacities, cultural norms, etc. strongly influence their motivation, their actual behavior, and how they interact with others. mine certainly do, and i believe that one should be clear and up-front in stating one's goals, opinions, values, and attitudes, so as to minimize friction and optimize cooperation. of course, that in itself is a statement of attitude and belief and may be considered by some to be less than cautious, or even outright foolish. to me, however, it is an essential stance if one is to achieve what i consider to be a university. »
[in “goals for self” by prof. robert kok]
se, por um lado, quando se fala de "multiculturalismo" entra-se num maravilhoso mundo de descobertas, por outro, essa descoberta pode trazer situações um tanto ou quanto "bizarras"(?), pois acaba-se sempre na difícil tarefa de filtrar o que é "cultural" e o que é "falta de educação".
na semana em que fiquei segregada do mundo exterior devido à gripe, recebi uma visita inesperada: um novo colega de trabalho apareceu-me em casa, sem prévio aviso e sem ser convidado. ora, em certos casos, não me importaria.
não me importaria se -por exemplo- a visita fosse de uma pessoa com quem mantenho uma estreita amizade. não me importaria se -por exemplo- não estivesse doente e a visita fosse uma agradável companhia. mas quando estou isolada do mundo para evitar contaminações, o cenário é outro.
detesto visitas-surpresa, detesto quando alguém me impõe a sua presença, detesto pessoas que se fazem de convidadas (como no caso dele, estava a tentar ficar para jantar), detesto conversas vazias de conteúdo, detesto les incrustes.
poderia justificar o comportamento dele com o facto de ser novo no país, novo na cidade, novo no grupo. poderia justificar o comportamento dele com o facto de ser italiano, i.e. de cultura diferente. poderia justificar o comportamento dele com o facto de querer integrar-se, de querer amizade.
não, não posso. porque nenhuma das justificações anteriores é válida. há regras de sociedade e boa educação comuns em todos os países. e este acontecimento (entre outros) é simplesmente sinónimo de maleducazione.
Jan 18, 2010
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3 comments:
Olá Li,
Esse episódio que conta do seu "amigo" italiano é täo triste, täo embaracoso... Só de pensar até fico assustadio. Porque, por vezes, qualquer um de nós pode desempenhar num dado momento esse papel, verdadeiramente humilhante, quando descobrimos que o protagonizámos. Porém, há quem nunca descubra que fez essa figura. E isso é ainda mais triste. näo conheco esse italiano, mas conheco várias explicacöes possíveis para uma atitude assim, que väo da simples boa vontade e preocupacäo consigo até à candidatura de um jantar forcado, em que voce seria a sobremesa... Nós, homens, por vezes somos patéticos... Mas, ao menos nisto, näo estamos sós. Também há mulheres assim...
Beijo,
Alexandre Correia
PS - E se estes comentários forem como o seu amigo italiano, é só dizer...
olá a.,
antes de mais, os seus comentários são sempre bem-vindos :)
quanto ao meu colega italiano (que ainda está longe de ser meu amigo e não sei se um dia o virá a ser), acredito que a intenção dele fosse de preocupação. mas, neste caso, um telefonema ou um email teriam sido melhor aceites.
quanto a ele querer ficar para jantar e eventualmente eu ser a "sobremesa", é (também) uma forte possibilidade - pois já não é segredo para ninguém que ele anda a tentar a sua sorte com todas as raparigas do instituto.
infelizmente para ele, ele anda longe do ideal "italiano" e de despertar interesses...
tentei explicar-lhe (na minha tentativa de "descomplicação" e de abertura/frontalidade) que não era socialmente aceite "impingir-se" às pessoas - infelizmente a mensagem não passou. ou pelo facto do inglês dele ser rudimentar e não me ter percebido, ou então porque fez-se de desentendido.
p.s. acredito que, pelo menos uma vez na vida, todos fizemos "figura de urso" - mas vivemos em sociedade e é necessário usar o nosso bom-senso para distinguir o que está certo do que está errado.
Ya, multiculturalismo é óptimo. But it can sometimes suck too. E este é sem dúvida um caso desses.
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