Mar 28, 2008
lost
perdida nos meus pensamentos, nos estreitos dos caminhos, no meu eu e no eu dos outros, fico em casa.
fora e longe do mundo por período indefinido.
Mar 15, 2008
Mar 14, 2008
encore sade
- oh! quelle énigme que l'homme! dit le duc.
- oui, mon ami, dit curval. et voilà ce qui a fait dire à un homme de beaucoup d'esprit qu'il valait mieux le foutre que de le comprendre.
[A man sleeping in front of the cinema next to bassin de la villette, in the 19th arrondissement of paris. — photo by david henry, May 2001]
musas
os posts d'un des autres sobre a sophie marceau, fez-me pensar em quem seria a minha musa francesa. o primeiro nome que me surgiu foi o de brigitte bardot. o nome e esta música.
isto porque a p. costumava imitar a bb na perfeição. o show da cadeira foi memorável.
também partilho a paixão de bb por cães. por mim, estes são mais fiéis, sinceros e verdadeiros do que muitas pessoas.
isto porque a p. costumava imitar a bb na perfeição. o show da cadeira foi memorável.
também partilho a paixão de bb por cães. por mim, estes são mais fiéis, sinceros e verdadeiros do que muitas pessoas.
"narcotic" by liquido
porque apetece-me...
so you face it with a smile
there is no need to cry
for a trifle's more than this
will you still recall my name
and the month it all began
will you release me with a kiss
have i tried to draw the veil
if i have - how could i fail?
did i fear the consequence
..dazed by careless words
cosy in my mind
now you shaped that liquid wax
fit it out with crater cracks
sweet devotion - my delight
oh, you're such a pretty one
and the naked thrills of flesh and skin
would tease me through the night
"now i hate to leave you bare
if you need me i'll be there
don't you ever let me down"
..dazed by careless words
cosy in my mind
i don't mind
i think so
i will let you go
and i touched your face
narcotic mind from lazed mary-jane
and i called your name
like an addicted to cocaine calls for the stuff he'd rather blame
and i touched your face
narcotic mind from lazed mary-jane
and i called your name
my cocaine
so you face it with a smile
there is no need to cry
for a trifle's more than this
will you still recall my name
and the month it all began
will you release me with a kiss
have i tried to draw the veil
if i have - how could i fail?
did i fear the consequence
..dazed by careless words
cosy in my mind
now you shaped that liquid wax
fit it out with crater cracks
sweet devotion - my delight
oh, you're such a pretty one
and the naked thrills of flesh and skin
would tease me through the night
"now i hate to leave you bare
if you need me i'll be there
don't you ever let me down"
..dazed by careless words
cosy in my mind
i don't mind
i think so
i will let you go
and i touched your face
narcotic mind from lazed mary-jane
and i called your name
like an addicted to cocaine calls for the stuff he'd rather blame
and i touched your face
narcotic mind from lazed mary-jane
and i called your name
my cocaine
Mar 13, 2008
saudade
(con)vivi com o meu avô mais anos do que (con)vivi com os meus pais. cuidamos mutuamente um do outro durante 15 anos. vivemos juntos de maio 2001 a outubro 2006 - mês da minha vinda à irlanda. ele partiu pouco mais de um ano depois: a 17 de dezembro 2007.
hoje, por ter falado dele em voz alta, veio-me a saudade. o sorriso, a boa disposição, as estórias, as notícias que ele me dava sempre de antemão (fossem da aldeia ou dos telejornais). falava sempre. tinha sempre conversa. e dizia-me sempre:"não quero ver ninguém a chorar. nem quando eu morrer."
sabes, avô, eu tento. e hoje disseram-me que devia recordar-me de ti, dos teus conselhos e deixar-te ir. guardar as lembranças e memórias como o festejo da vida e não como a tristeza da morte. não sei se posso. não sei se consigo. não sei se quero.
emigrantes não querem voltar (2)
a minha mãe e o meu pai emigraram em 1970 e 71, respectivamente. desde sempre, ouvi-os falar de regressar. a dificuldade em re-estabelecer-se em portugal motivou-os a permanecer em frança e adiar o sonho do regresso. nem mesmo a minha ida para portugal em 91, da minha mana p. poucos meses depois e da minha mana c. em 93, os levou a dar novamente o "salto".
os meus pais regressaram definitivamente o ano passado (março 2007).
emigrantes não querem voltar
achei graça ao título do artigo publicado na edição de hoje do jornal de notícias. sobretudo porque foca somente um estudo no qual participei (ainda hoje pergunto-me como tiveram acesso aos meus dados...). esse estudo é sobre os motivos que nos leva - nós, investigadores científicos - a sair de portugal e (muitas vezes) não querer regressar.
Mar 10, 2008
camelos na irlanda
faz em maio um ano que troquei as estradas lusas pelas celtas. se sempre me queixei dos portugueses e da condução deles (motivo pelo qual tirei a carta de condução tardiamente), o diagnóstico após um ano cá não é melhor.
os lusos têm a mania que são pilotos de fórmula 1. certas (auto)estradas e os potentes carros ajudam. a isto, somam-se a mentalidade latina, a falta de civismo e a falta de educação. perdi algumas pessoas amigas/conhecidos em acidentes de viação. outras ficaram estropiadas. e muitas vezes, não é possível culpar o estado das estradas, a falta de sinalização, nem tão pouco da falta de policiamento. culpo as pessoas.
após ter carta de condução, demorei mais 2 anos a meter-me sozinha na estrada. o meu avô foi o meu cobaia, o meu co-piloto. nervos de ferro, insultava os condutores por mim, estava sempre atento aos sinais e aos outros. apesar de não saber conduzir (sonhava muitas vezes em conduzir, dizia ele), era um instrutor 5 estrelas. devo-lhe muito. devo-lhe a minha liberdade. é claro que, após uns meses (anos) e confiante na minhas habilitações, já me irritava ouvi-lo dar-me instruções para estacionar o carro...
tive um só "acidente" (e alguns "toques" que não merecem referência): em ponto-morto, parada no trânsito à entrada de braga, deixei descair o carro. o meu reflexo foi travar a fundo, embatendo com ainda mais força no carro da frente. o meu fiat punto encolheu com o embate, o motor recuou cerca de 5cm e foram 1200€ que me doeram bem mais do que o impacto em si. coitada da j. que estava comigo e apanhou o susto da vida dela.
desde então e após muitos quilómetros feitos, considero-me "boa" condutora. tenho os meus "momentos", mas sou, em geral, bem mais calma do que as minhas manas a conduzir.
mas calma é com os irlandeses (da república). o trânsito é caótico nas principais artérias de dublin, não pelo número de automóveis nas estradas mas pela calma dos condutores. é raro vê-los ultrapassar o limite de velocidade e mantêm sempre uma confortável (para não dizer excessiva) distância do carro da frente. a calma deles é também irritante pelo facto de gostarem muito da faixa da direita - faixa de ultrapassagem. dizem que devem aos britânicos a condução à esquerda e que se fosse possível mudavam para o modelo europeu. verdade é que gostam da faixa da direita. muitas vezes, usam-na sem ser com o propósito de ultrapassar outro automóvel. usam-na porque gostam. e ai de quem se atrever a interromper o orgasmo deles com sinais de luzes, uma aproximação ou o uso do indicador. não sei se é por ter matrícula estrangeira (mas irlandeses confirmaram-me que já passaram pelo mesmo), mas já fui insultada, levei com o "dedo", o cheirinho nos travões e altas velocidades para dificultar a ultrapassagem. algo que me deixaria nervosa não tivesse eu sangue luso a correr-me pelas veias. conseguem despertar em mim aquela agressividade rodoviária bem portuguesa. felizmente, estas são situações raras.
depois temos os imbecis que só sabem usar o travão. nunca se lembraram que levantar o pé do acelerador também reduz a velocidade. conseguem percorrer quilómetros com o pé no travão. e nunca sei se estão a travar por algum motivo ou porque acham que o travão é para ser sempre usado.
ainda temos os idiotas que param no limite do semáforo verde para laranja, quando teriam mais do que tempo para entrar no cruzamento.
os agressivos-neuróticos que aceleram quando uma pessoa passa na passadeira, quando o sinal de peões está fechado. geralmente são taxistas ou os dublin bus. é também uma das raras ocasiões em que fazem uso da buzina.
temos os cuscas (os celtas, como os portugueses, gostam de coscuvilhice). carro avariado ou acidentado na berma da estrada é motivo para abrandar. não dão sinais de luzes quando há radares mas reduzem tanto a velocidade que não é difícil adivinhar.
há ainda os "L" - supostamente "aprendizes". digo supostamente porque o exame do código foi introduzido há pouco mais de 5 anos e o exame de condução não é "obrigatório" (a lista de espera para o exame é longa - anos de espera - daí a abertura na lei). é possível conduzir com uma "carta provisória". não existem lições de condução. as aulas práticas são dadas por outra pessoa (família ou amigo e não um instructor) que "saiba" conduzir. em novembro 2007, introduziram a regra dos "L" conduzirem acompanhados de uma pessoa com pelo menos 5 anos de carta de condução. certo é que ainda se vêem "L" a conduzir sozinhos (também não podem usar as autoestradas... mas é vê-los empatar o trânsito).
mas isto passa-se na república. na irlanda do norte, a estória é outra. são mais agressivos e mais excessivos. os irlandeses do norte são conhecidos na república pelos excessos de velocidade e ultrapassagem perigosas. não têm grande fama por cá. parecem-se com os portugueses :)
há muitos acidentes rodoviários - muito raramente nas autoestradas, muito raramente os "beijinhos" por trás. muitas vezes nas estradas secundárias (country roads), e muitas vezes se não sempre mortais.
ter um homem a buzinar-me nos ouvidos também não ajuda na minha condução. este fim-de-semana não ficou marcado por nenhum acidente mas uns "quase". isto dos homens não conseguirem ficar calados quando têm uma mulher ao volante (e nada de tretas de "mulheres ao volante, perigo constante")...
fica aqui só mais um registo. os anúncios publicitários de prevenção rodoviária são chocantes:
e mesmo assim, morrem mais pessoas cá per capita do que em portugal...
"the joy luck club" by amy tan
"there's a school of thought, that parents shouldn't criticize their children. they should encourage instead. you know, people rise to other people's expectations. and when you criticize, it just means you're expecting failure."
Mar 9, 2008
próximas leituras
recordação de leituras de infância, encontrei na "modern languages" bookstore em dublin, a colecção de livros "le petit nicholas" de sempé-goscinny e "en français".
depois de sade, um regresso a livros "inocentes".
Mar 7, 2008
insónias em meia-cura
levantei-me às 4h da manhã. tinha consulta às 8h30 em dublin. acordei desnorteada e ainda sob o efeito de zolpidem. saí de casa pouco depois das 5h. ainda era noite escura. meti-me no carro a custo. as pálpebras teimavam em fechar-se. o cd de mariza tocava em música de fundo. abri e fechei as janelas de modo a sentir o ar gélido na minha face. a mariza passou de música de fundo a elevados decibéis. tentei contrariar o meu corpo que me dizia que queria descansar. fechei os olhos. por meros segundos. o suficiente para sair da estrada, por três oportunidades. cheguei ao destino ainda sob o efeito da droga. passadas horas ainda me sinto sonolenta. a minha mente contraria o meu corpo. tento ficar desperta. mas sei que logo, chega a hora, e será o meu corpo a contrariar novamente a minha mente e a minha mente a contrariar novamente o meu corpo. e voltarei ao círculo vicioso das insónias.
momentos embaraçosos (2 e 1/2)
herança genética ou momentos embaraçosos que me deixaram "com fobias":
acrophobia/altophobia - medo de alturas. já fui arrastada para fora do elevador da torre eiffel, "de gatas" na subida do 2º para o 3º andar. o meu pai e mana p. sofrem da mesma fobia.
aeroacrophobia - medo de espaços altos e abertos. não consigo estar em espaços abertos e altos (ex. varandas). não consegui desfrutar das vistas exteriores no topo do empire state building, nem da torre eiffel.
alektorophobia - medo de galináceos: fui atacada por uma galinha (ou galo?) da minha avó paterna quando tinha 4, 5 anos. 10 anos mais tarde, a minha avó materna tentou convencer-me que as galinhas eram amistosas. estava com uma no colo, quando esta atacou-a e arrancou-lhe um pedaço de pele/carne da mão direita. fiquei com as minhas dúvidas esclarecidas e com a fobia mais declarada do que nunca. galinha? só no prato.
arachnephobia/arachnophobia - medo de aracnídeos. o problema de ter um pai desequilibrado e pai de 3 raparigas. achava imensa piada em pôr-nos a chorar histericamente ao correr atrás de nós com todo o tipo de aranhas que encontrava (quanto maiores, melhores). obrigada maman por nos ter salvo do "tirano" e obrigada avô por ter tido sempre à mão insecticida. obrigada t. por me ter "salvo" na quarta :)
[Nota: não ponho uma pic de uma verdadeira aranha por respeito à minha mana p.]
ataxophobia - medo da desordem e falta de arrumação. não é propriamente um medo, mas mais uma tara que tenho pela ordem e limpeza. deixa-me nervosa/ansiosa ver uma sala caótica.
batrachophobia - medo de anfíbios. fui atacada por um sardão quando tinha 16 anos. queria pô-lo num frasco de vidro, conservá-lo em álcool etílico e oferecê-lo ao meu "cunhado" (coleccionador de cobras e esqueletos de animais). achei que um sardão coroava a colecção. quase a conseguir a proeza, o bicho tentou safar-se ao atacar-me. obrigada p. por me ter fechado a porta de casa no nariz à mercê do safado e obrigada b. por tê-lo morto e me ter salvo a vida.
... não encontrei a fobia de sair de casa em chinelos de quarto...
acrophobia/altophobia - medo de alturas. já fui arrastada para fora do elevador da torre eiffel, "de gatas" na subida do 2º para o 3º andar. o meu pai e mana p. sofrem da mesma fobia.
aeroacrophobia - medo de espaços altos e abertos. não consigo estar em espaços abertos e altos (ex. varandas). não consegui desfrutar das vistas exteriores no topo do empire state building, nem da torre eiffel.
alektorophobia - medo de galináceos: fui atacada por uma galinha (ou galo?) da minha avó paterna quando tinha 4, 5 anos. 10 anos mais tarde, a minha avó materna tentou convencer-me que as galinhas eram amistosas. estava com uma no colo, quando esta atacou-a e arrancou-lhe um pedaço de pele/carne da mão direita. fiquei com as minhas dúvidas esclarecidas e com a fobia mais declarada do que nunca. galinha? só no prato.
arachnephobia/arachnophobia - medo de aracnídeos. o problema de ter um pai desequilibrado e pai de 3 raparigas. achava imensa piada em pôr-nos a chorar histericamente ao correr atrás de nós com todo o tipo de aranhas que encontrava (quanto maiores, melhores). obrigada maman por nos ter salvo do "tirano" e obrigada avô por ter tido sempre à mão insecticida. obrigada t. por me ter "salvo" na quarta :)
[Nota: não ponho uma pic de uma verdadeira aranha por respeito à minha mana p.]
ataxophobia - medo da desordem e falta de arrumação. não é propriamente um medo, mas mais uma tara que tenho pela ordem e limpeza. deixa-me nervosa/ansiosa ver uma sala caótica.
batrachophobia - medo de anfíbios. fui atacada por um sardão quando tinha 16 anos. queria pô-lo num frasco de vidro, conservá-lo em álcool etílico e oferecê-lo ao meu "cunhado" (coleccionador de cobras e esqueletos de animais). achei que um sardão coroava a colecção. quase a conseguir a proeza, o bicho tentou safar-se ao atacar-me. obrigada p. por me ter fechado a porta de casa no nariz à mercê do safado e obrigada b. por tê-lo morto e me ter salvo a vida.
... não encontrei a fobia de sair de casa em chinelos de quarto...
resposta à pergunta
porquê sade? porquê "les 120 jounées de sodome"?
"C'est dégueulasse. J'sais pas comment tu fais pour le lire..." m'a dit P.
tudo se lê. tudo é literatura. seja baudelaire, stendhal, saramago, king, coupland ou sade. uns têm mais e outros menos qualidade. tudo se lê.
sade escreveu o livro de sodoma durante a sua estadia na bastille. perdeu para sempre o esboço do manuscrito aquando da tomada a 14 de julho 1789. a escrita é original, intocada, inviolada. não há embelezamento das palavras. não há retoques cosméticos. é a realidade crua. é a realidade "mise à nu". e é lê-la. pedofilia, homosexualidade, orgias, masoquismo, sadismo, sado-masoquismo, libertinagens. não é sobre moralismos da sociedade. não é sobre condenação do que nem sempre é condenável. são factos. não concordo nem defendo o acto de pedofilia, por exemplo. mas somos o que o passado e os nossos antepassados nos deixaram. sem falsas pretensões. sem falsas aparências. certos actos não são nem de hoje nem de ontem. são o resultado da lenta evolução da raça humana.
Mar 6, 2008
"playground love" by air
playground love
i'm a high school lover, and you're my favorite flavor.
love is all, all my soul.
you're my playground love.
yet my hands are shaking.
i feel my body [remain tense?], no matter, i'm on fire.
on the playground, love.
you're the piece of gold the flushes all my soul.
extra time, on the ground.
you're my playground love.
anytime, anyway,
you're my playground love.
[soundtrack of the virgin suicides]
Mar 5, 2008
momentos embaraçosos (2)
ontem no final da tarde, no comboio, duas raparigas meteram conversa comigo. conversa essa despoletada pelo título do meu livro estar escrito em francês.
- "are you french?"
- "yes, (kind of)."
- "i speak french, you know."
(merde, mais uma que vai pegar pelo título do livro...)
- "oh really. that's nice. (aqui devia ter mantido a minha grande boca bem fechada). i know that's not the book to be read in public places."
- "why not?"
(inocência minha, pensei que ela estava no gozo comigo.)
- "you know, reading Sade's book, on sodomy..."
- "don't know him. what is about?"
(feck. porquê eu??)
- "sodomy, sadism, masochism???"
- "never heard of that. what is it?"
... (silêncio total no comboio. já toda a gente estava imbuída na nossa conversa)
- quick answer: "people who likes to suffer and others who like to inflict pain on others. never mind, it's not that interesting."
(mudança de assunto - perguntar de onde são, se gostaram da visita a Dublin, etc. e inúmeras perguntas sobre o que faço, onde moro, donde sou, etc.)
momento de silêncio. regresso à leitura do meu livro.
a jessica (a mais faladora) pergunta-me se sou mais fluente em francês ou em português. respondo-lhe que me é quase indiferente. ela pergunta-me se me pode dar uma coisa. olho para ela com cara de espanto. ela estende-me um livro. segunda cara de espanto.
"o evangelho segundo joão - sete passos para conhecer a Deus".
agradeci a "prenda" e fiquei a folheá-lo. fiquei incomodada em retomar a minha leitura ("[...]tu me branles le vit. Va, mon enfant, va, vas-y de toutes tes forces! [pág. 100])
arrumei as sodomias e afins na minha mochila e li até ao meu destino sobre jesus e os milagres. quase que terminava a tempo de lho devolver. mas ela insistiu que ficasse com ele.
o meu avô dizia-me que numa das páginas do livro de são cipriano, o leitor levava com uma bofetada. agora eu digo, quando se lê sade, aparece-nos padres e similares à nossa frente!
tenho cara de quem precisa ser "salva". não vá eu perder o meu "caminho".
Mar 4, 2008
"cyrano de bergerac" by edmond rostand
Ah! non! c'est un peu court, jeune homme!
On pouvait dire... Oh! Dieu!... bien des choses en somme...
En variant le ton, -par exemple, tenez:
Agressif: "Moi, monsieur, si j'avais un tel nez,
Il faudrait sur-le-champs que je me l'amputasse!"
Amical: "Mais il doit tremper dans votre tasse
Pour boire, faites-vous fabriquer un hanap!"
Descriptif : "C'est un roc !... c'est un pic !... c'est un cap !
Que dis-je, c'est un cap ?... C'est une péninsule!"
Curieux: "De quoi sert cette oblongue capsule?
D'écritoire, monsieur, ou de boîtes à ciseaux?"
Gracieux: "Aimez-vous à ce point les oiseaux
Que paternellement vous vous préoccupâtes
De tendre ce perchoir à leurs petites pattes?"
Truculent: "Ca, monsieur, lorsque vous pétunez,
La vapeur du tabac vous sort-elle du nez
Sans qu'un voisin ne crie au feu de cheminée "
Prévenant: "Gardez-vous, votre tête entraînée
Par ce poids, de tomber en avant sur le sol!"
Tendre: "Faites-lui faire un petit parasol
De peur que sa couleur au soleil ne se fane!"
Pédant: "L'animal seul, monsieur, qu'Aristophane
Appelle Hippocampelephantocamélos
Dut avoir sous le front tant de chair sur tant d'os!"
Cavalier: "Quoi, l'ami, ce croc est à la mode ?
Pour pendre son chapeau, c'est vraiment très commode!"
Emphatique: "Aucun vent ne peut, nez magistral,
T'enrhumer tout entier, excepté le mistral !"
Dramatique: "C'est la Mer Rouge quand il saigne!"
Admiratif: "Pour un parfumeur, quelle enseigne!"
Lyrique: "Est-ce une conque, êtes-vous un triton?"
Naïf: "Ce monument, quand le visite-t-on?"
Respectueux: "Souffrez, monsieur, qu'on vous salue,
C'est là ce qui s'appelle avoir pignon sur rue !"
Campagnard: "Hé, ardé! C'est-y un nez ? Nanain!
C'est queuqu'navet géant ou ben queuqu'melon nain!"
Militaire: "Pointez contre cavalerie!"
Pratique: "Voulez-vous le mettre en loterie?
Assurément, monsieur, ce sera le gros lot!"
Enfin parodiant Pyrame en un sanglot:
"Le voilà donc ce nez qui des traits de son maître
A détruit l'harmonie ! Il en rougit, le traître!"
- Voilà ce qu'à peu près, mon cher, vous m'auriez dit
Si vous aviez un peu de lettres et d'esprit:
Mais d'esprit, ô le plus lamentable des êtres,
Vous n'en eûtes jamais un atome, et de lettres
Vous n'avez que les trois qui forment le mot: sot!
Eussiez-vous eu, d'ailleurs, l'invention qu'il faut
Pour pouvoir là, devant ces nobles galeries,
Me servir toutes ces folles plaisanteries,
Que vous n'en eussiez pas articulé le quart
De la moitié du commencement d'une, car
Je me les sers moi-même, avec assez de verve,
Mais je ne permets pas qu'un autre me les serve.
[« Tirade du nez », Acte 1 Scène IV (1897)]
Mar 3, 2008
momentos embaraçosos
todos nós já passamos por momentos mais ou menos embaraçosos. uns que nos marcaram mais (para sempre?) e que nos deixaram memórias e fobias, outros que foram embaraçosos no momento e simplesmente esvaneceram-se no tempo.
quando tinha cerca de 6, 7 anos, a minha mana P. acompanhava-nos (a mim e à minha mana C.) de manhã cedo para a escola primária/ciclo, respectivamente, antes de regressar ao liceu que ficava frente à nossa casa. ora numa dessas manhãs gélidas, bem francesas, esqueci-me de trocar os meus chinelos de quarto pelas minhas sapatilhas - a meio do caminho e de umas brincadeiras com a minha mana C., apercebi-me do meu esquecimento. regressamos a correr (?) à casa (que ficava a uns escassos 10, 20 metros). a minha mana P. estava divertidíssima com a situação - ainda hoje ouço o eco do seu riso irritantemente descontrolado.
foi, até hoje, o meu momento mais embaraçoso.
"on top of my mind", relembro-me de outros tantos momentos mas que não me deixaram tão marcada. ainda hoje verifico frenetica e compulsivamente que troquei de calçado antes de sair de casa.
um momento mais recente, embaraçoso q.b, foi na sexta passada no comboio, de regresso a casa.
estava a ler um livro quando um senhor veio sentar-se à minha frente. muito educado, cumprimentou-me e sentou-se. primeira rápida análise: parecia ter saído de um filme dos anos 80 - fato démodé e óculos oversized.
volvidos uns minutos e quase a chegar ao destino, pouso o meu livro para atender uma chamada. quando levanto os olhos e olho novamente para a pessoa sentada à minha frente, os meus olhos recaem sobre o crucifixo na lapela e uma bíblia pousada na mesa. segunda rápida análise: quem me parecia ter parado no tempo, era nada mais nada menos do que um padre, de olhos fixos na capa do meu livro.
estou a ler "les 120 journées de sodome" do marquis de sade.
quando tinha cerca de 6, 7 anos, a minha mana P. acompanhava-nos (a mim e à minha mana C.) de manhã cedo para a escola primária/ciclo, respectivamente, antes de regressar ao liceu que ficava frente à nossa casa. ora numa dessas manhãs gélidas, bem francesas, esqueci-me de trocar os meus chinelos de quarto pelas minhas sapatilhas - a meio do caminho e de umas brincadeiras com a minha mana C., apercebi-me do meu esquecimento. regressamos a correr (?) à casa (que ficava a uns escassos 10, 20 metros). a minha mana P. estava divertidíssima com a situação - ainda hoje ouço o eco do seu riso irritantemente descontrolado.
foi, até hoje, o meu momento mais embaraçoso.
"on top of my mind", relembro-me de outros tantos momentos mas que não me deixaram tão marcada. ainda hoje verifico frenetica e compulsivamente que troquei de calçado antes de sair de casa.
um momento mais recente, embaraçoso q.b, foi na sexta passada no comboio, de regresso a casa.
estava a ler um livro quando um senhor veio sentar-se à minha frente. muito educado, cumprimentou-me e sentou-se. primeira rápida análise: parecia ter saído de um filme dos anos 80 - fato démodé e óculos oversized.
volvidos uns minutos e quase a chegar ao destino, pouso o meu livro para atender uma chamada. quando levanto os olhos e olho novamente para a pessoa sentada à minha frente, os meus olhos recaem sobre o crucifixo na lapela e uma bíblia pousada na mesa. segunda rápida análise: quem me parecia ter parado no tempo, era nada mais nada menos do que um padre, de olhos fixos na capa do meu livro.
estou a ler "les 120 journées de sodome" do marquis de sade.
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