Mar 25, 2010

naturais

...vs artificiais!


o f. ficou pouco impressionado com o meu projecto. por isso, vou aqui fazer um pequeno exercício e explicar o objectivo do meu projecto, numa linguagem simplificada e acessível a todos, i.e. a leigos.
o "thalidomide" foi uma droga muito em voga nos anos 50 e 60, muitas vezes prescrita no tratamento dos enjôos matinais nas mulheres grávidas.
muitos produtos químicos (farmácos) existem sob 2 formas "espelhadas" (chamadas enantiómeros, r e s) e só uma delas pode ter o efeito desejado:
neste caso, a forma r tratava a "doença" mas a forma s induzia modificações genéticas no embrião. infeliz e surpreendentemente, após administração da forma r às pacientes, acontecia um processo - a racemização- em que o fármaco era espelhado para a forma s. consequentemente muitas mulheres inicialmente grávidas de fetos saudáveis foram apanhadas de surpresa após darem à luz crianças fisicamente deficientes.

ora, é aqui que o meu projecto toma forma. estudo uma proteína existente no corpo humano (logo não tóxica) e modifico-a geneticamente, de forma a ser utilizada como "veículo de transporte" de complexos organometálicos (usados em tratamentos anti-cancerígenos), garantindo a enantiomorfia do fármaco. é claro que existe muitos mais detalhes por detrás -as quais não vou aqui divulgar- mas é aqui que reside a importância do meu projecto.

sim, deus criou as enzimas naturais e "eu" crio enzimas artificiais para curar doenças que nós, humanidade, criamos. vicious cycle, hein?