Apr 25, 2008

25 de avril 2003



parabéns à p. e ao l. que deram o nó há exactamente 5 anos. dia de revolução para uns, dia de evolução para outros.

next step

moby

Apr 19, 2008

à propósito de dom quixote


dom quixote de miguel de cervantes é um dos meus livros "infantis" favoritos - ao lado das histórias do petit nicholas de sempé-goscinny e le petit prince de saint-exupéry.
lembro-me vagamente das estórias mirambolescas desse cavaleiro espanhol e do seu fiel servidor, sancho pança.
a estória da luta contra os moinhos de vento deve ser a mais retratada na literatura mas também a mais marcante. a minha leitura hoje é bem diferente da que fiz quando tinha 8 anos - lembro-me de o ridiculizar por confundir moinhos e gigantes, pela sua loucura...
hoje vejo o que viu dom quixote. não quero lutar com gigantes pela nobreza do acto nem para salvar donzelas, mas luto contra os meus moinhos, moinhos no meu imaginário, mas pessoas e situações bem concretas no meu delirante mundo real.

formigas e moinhos de vento



a minha sobrinha m. passou a semana a lutar contra formigas, tal dom quixote contra moinhos de vento.
sempre que se deparava com uma formiga no seu caminho, m. murmurava um "mmmm" e apontava para o "gigante malfeitor" que lhe entravava a passagem.
as opções eram:
1. ensinar a "pôr o pé em cima" (solução do meu pai);
2. ensinar que uma formiga tem um papel importante no microcosmos (a minha solução);
3. ensinar a não lhes dar a devida importância (solução da minha mãe).

claro que com 15 meses de idade a ideia de "dar tau-tau" na formiguinha é muito mais atraente do que estudar as formigas no jardim ou mesmo ignorá-las.

o que será dela dentro de 15 anos ou mais, quando as formigas deixarão de ser formigas e os moinhos de vento serão mesmo gigantes?...

pedras no caminho


"posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência. ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. é atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. é agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. é saber falar de si mesmo. é ter coragem para ouvir um "não". é ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
pedras no caminho? guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
by fernando pessoa

Apr 17, 2008

négritude



Partir.
Comme il y a des hommes-hyènes et des hommes-
panthères, je serais un homme-juif
un homme-cafre
un homme-hindou-de-Calcutta
un homme-de-Harlem-qui-ne-vote-pas

l'homme-famine, l'homme-insulte, l'homme-torture
on pouvait à n'importe quel moment le saisir le rouer
de coups, le tuer - parfaitement le tuer - sans avoir
de compte à rendre à personne sans avoir d'excuses à présenter à personne
un homme-juif
un homme-pogrom
un chiot
un mendigot

mais est-ce qu'on tue le Remords, beau comme la
face de stupeur d'une dame anglaise qui trouverait
dans sa soupière un crâne de Hottentot?

in "cahier d'un retour au pays natal" by aimé césaire [1915- 2008]

Apr 11, 2008

lost in translation

3 songs. 3 different moods. all in 1 film.

"sometimes" by my bloody valentine


"porcelain" by moby


"trouble" by coldplay

a um amigo

"a friend is one who knows us, but loves us anyway."
by fr. jerome cummings

"friendship is Love without his wings!"
by lord byron

"don't walk in front of me, i may not follow.
don't walk behind me, i may not lead.
just walk beside me and be my friend."
by albert camus

"a friend may well be reckoned the masterpiece of nature."
by ralph waldo emerson

regresso


regresso de uma longa caminhada
volto do mesmo modo que parti
vazio sem sentido
perdendo tudo o que venci

regresso num andar lento
passo a passo tentando não cair
longe de onde estive
sem nada atingindo em voltar

regresso mais só do que parti
sem rumo nem motivo
com remorsos do que fiz
acompanhado pela sombra do que escolhi

regresso sem sentir o meu lugar
sem sentir estar em casa
com vontade de voltar a partir
com intenção de nunca mais regressar

by pralaya [in vazioespaconada.blogspot.com]

moeurs, opinions & préjugés


"il n'y a, poursuivit-il, rien de foncièrement bien et rien de foncièrement mal; tout n'est que relatif à nos moeurs, à nos opinions et à nos préjugés."

in les 120 journées de sodome

por aqui


vim para portugal há quase 1 mês. pôr as ideias no lugar, descansar, esquecer os "problemas" ou deixá-los para trás, ver e rever amigos, gozar do tempo, da minha m., das minhas manas e dos meus pais. há quase 1 mês. e verdade se diga, não sei se quero voltar.
se me tivessem perguntado no início de 2007, o que achava da irlanda e do meu doutoramento, teria mostrado uma face de alegria, contentamento, e também de encantamento.
o mundo revolve e não somente em torno de nós.
hoje mudei. mudei de ideias, mudei de opiniões.
vejo e olho e não gosto do que vejo e não gosto do que olho. revolta. abri os olhos que mantive estes anos todos semi-cerrados.

hoje, não sei. amanhã também não. por enquanto, mantenho-me na apatia e na redoma familiar.

e não sei se voltarei.